domingo, 6 de maio de 2012

Os dois lados no meio

Tudo é tão confuso e irreal
Aqui todas as cores se misturam embora estejam separadas
Meu tempo aguarda seu tempo para existir

Como uma escolha pode ser tão difícil
Como as certezas deixam tantas duvidas
Minhas dúvidas pairam entre lá ou cá. Entre o que eu quero ou o que é mais fácil.

Aguardo a todo o tempo para não causar nenhum dano
Talvez seja medo de encarar que machucarei alguém de qualquer forma
Não quero ser covarde, mas não consigo ter coragem.

Enquanto aguardam, o que pensariam da minha decisão.
Os três sabores se confundem. Qual era o sabor deles?
Enquanto não decido posso destruir mais vidas...

Yuri Patrick – 20/11/2010

O lado de lá

Tudo é tão concreto e real
Tudo é escuro embora você seja minha luz
Todo o tempo parece um relógio de besteiras que cometi

Como uma briga pode ser tão cortante
Como uma perda me leva a tantas conquistas
Estou tentando ganhar novas formas de ver o amor

Eu sei o mal que fiz, mas não tenho paciência para reparar os danos
Talvez seja medo de encarar que estraguei tudo com você
Tudo seria mais fácil com você, assim só você sofreria

Mas agora que você partiu, aguardo o momento do perdão
Já tenho o seu sabor em mim por mais tempo
Eu voltei como lhe havia prometido...

Yuri Patrick – 20/11/2010

O lado de cá

Tudo é tão abstrato e surreal
Eu falo claro e tudo parece tão cinza
Agora os dias são mais lentos desde que te conheci

Como uma alegria pode ser tão triste
Como uma conquista pode levar a tantas perdas
Todos nós perdemos. Todos nós saímos perdendo

Eu não paro para pensar no mal que fiz
Talvez seja medo de encarar que tudo seria mais nobre sem você
Tudo seria mais fácil sem você, ninguém aqui sofreria.

Mas agora que você veio, quero que o doce sabor desta conquista
Permaneça em minha boca por mais tempo, é pedir muito?
Porque você nos trouxe a dor da vida, a paixão, a saudade e a partida.

Yuri Patrick – 20/11/2010

Mundo Haik

Raiva e amor em tom azedo
Ocre se torna a cor da paixão
Brinca moleca, mulher tesão
Encontra amigos esquece o medo

Realça o decote, fartos seios
Tromba com tum, põe pregador
Agarra a vida de um sonhador
No surreal esconde os receios

Chega mansa com estardalhaço
Conta historias vividas em louro
Felina gostosa da calça de couro

Quer mostrar que é feita de aço
Escondendo toda sua fragilidade
Vivendo sem ver nenhuma maldade

Yuri Patrick - 06/05/2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Underground

Sons se mesclam no espaço escuro
Batidas que me levam ao seu lado
Passos pisam em ritmo apertado
Sobe alto o fogo etílico obscuro
 
Odores que se misturam no ar
Pessoas se esbarram pelo salão
Garotas que dançam até o chão
Corpos suados estão a se esbarrar
 
Empurra meu corpo bem junto ao teu
Puxa teu braço, entrelaça com meu
Sintonia perfeita a nos bailar
 
Escuro, claro, vermelho e azul
Luzes que brilham do norte pro Sul
A magia me leva a te encontrar
 
Yuri Patrick - 01/05/2012

Noites Vazias

Ao escurecer, no fim do tarde
Inicia-se sempre a mesma rotina
As baladas são agora minha sina
Sentimento frio invade sem alarde

Completo o vazio com o tempo
Das noites vazias em companhia
De pessoas, mas o que eu queria
Era estar sem contratempo

Com você ao som do vento
Observando a vida com alento
Dos poetas boêmios de bares

Que inspiram-se no eterno amor
para descrever tão bem a sua dor
E a delicia de viver em outros mares

Yuri Patrick - 01/05/2012

terça-feira, 24 de abril de 2012

Noite com Luz (Lucy)

Noite invertida de frio intenso
Congela meu corpo solitário
O quente congela, tudo ao contrário
O gelo aquece um dia denso

Busco seu corpo, deitada ao lado
Vacuo, vazio, distância e vão
Suma de vez com a solidão
Deixe meu corpo ao seu encostado

Quero sentir seu suor e seu perfume
Quero mais beijos, sente o volume
Que cresce em meu corpo molhado

De suor e amor muito profundo
Entrega teu corpo, abraço o mundo
Delicia, morena me deixa excitado

Yuri Patrick - 23/04/2012 

terça-feira, 20 de março de 2012

Soneto do nosso dia

Como posso escutar o seu: “bom dia”
Como viver aquele nosso amor
Se você ainda guarda com rancor
Lembranças que hoje já está tardia

Como posso ter uma: “boa tarde”
Como reaver nossa antiga paixão
Quando não escuta a voz da razão
E, com emoção, faz algo covarde

Como lhe levarei um: “boa noite”
Como me livrar desta solidão
Se mergulhada na sua emoção

Não deixa eu me livrar do seu açoite
Faz questão de relembrar toda a dor
Crescida nos espinhos deste amor

Yuri Patrick – 20/03/2012

Monte Olimpo

Noites frias ficam a despejar
As lembranças de um passado
Nostalgia e cigarro amassado
É o que me fazem mais desejar

Estar de volta àqueles dias
Em que te amava loucamente
Sem que esta mágoa recente
Tornasse, as noites, mais frias

Afogo-me em sabor ambrosial
Alto, alcoólico, pra ficar mal
E esquecer as suas malvadezas

Que vivi naquele antigo tempo
Só desejo, aqui, no monte olimpo
Maravilhar-me com essas deusas.

Yuri Patrick – 24/09/2011